sábado, 16 de outubro de 2010

MAGIA PRÁTICA PARTE I

 
"O que está em cima é também o que está embaixo"

De acordo com a doutrina hindu os quatro Tattwas mais densos formaram-se a partir do quinto Tattwa, o princípio akáshico. Por isso o Akasha é o princípio original, e é considerado como a quinta força, a assim chamada quintessência.

O Princípio do Fogo
Como tivemos oportunidade de mencionar, o Akasha, ou Princípio Etérico, é a origem da criação dos elementos. O primeiro elemento que de acordo com os escritos orientais nasceu do Akasha, é Tejas, o princípio do fogo. Esse elemento, como todos os outros, não age só em nosso plano denso, material, mas em tudo o que foi criado. As características básicas do princípio do fogo são o calor e a expansão; é por isso que no começo da criação tudo era fogo a luz. A bíblia também diz: "Fiat lux - que se faça a luz". Naturalmente a base da luz é o fogo. Cada elemento, inclusive o fogo, possui duas polaridades, a ativa e a passiva, como Plus e Minus (mais e menos). A Plus é a construtiva, criadora, geradora, enquanto que a Minus é a desagregadora, exterminadora.
Sempre se deve considerar essas duas características básicas de cada elemento. As religiões atribuem o bem ao lado ativo e o mal ao lado passivo; mas em princípio o bem e o mal não existem, eles são apenas conceitos da condição humana. No Universo não existem coisas boas ou más, pois tudo foi criado segundo leis imutáveis. É justamente nessas leis que se reflete o princípio divino, a só na posse do conhecimento dessas leis é que podemos nos aproximar do divino.
A explosão é inerente ao princípio do fogo, e será definida como fluido elétrico para fins de formação de uma imagem. Sob esse conceito nominal compreende-se não só a eletricidade material, densa, apesar de ter com esta uma condição análoga, como veremos a seguir. Naturalmente torna-se claro para qualquer pessoa que a característica da expansão é idêntica à da extensão. Esse princípio do elemento fogo é ativo e latente em tudo o que foi criado, portanto em todo o Universo, desde o menor grão de areia até as coisas visíveis e invisíveis mais elevadas.

O Princípio da Água

No tópico anterior tomamos conhecimento da criação a das características do elemento positivo fogo. Neste tópico descrevo o princípio contrário, o da água. Assim como o fogo, ele também se formou a partir do Akasha, o princípio etérico.
Em comparação com o fogo porém, ele possui características totalmente opostas; suas características básicas são o frio e a retração. Aqui também se tratam de dois pólos: o pólo ativo, que é construtivo, doador de vida, nutriente e preservador; e o negativo, igual ao do fogo, desagregador, fermentador, decompositor, dissipador. Como o elemento água possui em si a característica básica da retração, ele deu origem ao fluido magnético. Tanto o fogo quanto a água agem em todas as regiões. Segundo a lei da criação, o princípio do fogo não poderia existir se não contivesse um pólo oposto, ou seja, o princípio da água. Esses dois elementos, fogo e água, são aqueles elementos básicos com os quais tudo foi criado. Por causa disso é que em todos os lugares sempre temos que contar com dois elementos principais como polaridades opostas, além do fluido magnético e elétrico.

O Princípio do Ar
Outro elemento que se formou a partir do Akasha é o ar. Os iniciados encaram esse princípio não como um elemento real, mas colocam-no numa posição intermediária entre o princípio do fogo e o da água; o princípio do ar, como meio, por assim dizer, produz um equilíbrio neutro entre os efeitos passivo e ativo do fogo e da água. Através dos efeitos alternados dos elementos passivo e ativo do fogo e da água, toda a vida criada tomou-se movimento.
Em seu papel intermediário, o princípio aéreo assumiu do fogo a característica do calor, e da água a da umidade. Sem essas duas características a vida não seria possível; além disso, elas também conferem ao princípio aéreo duas polaridades: no efeito positivo a da doação da vida, e no negativo, a exterminadora.
Quanto aos elementos citados, devemos acrescentar que não se tratam de fogo, água e ar comuns - na verdade só aspectos do plano material denso - más sim de características universais dos elementos.

O Princípio da Terra
Já dissemos que o princípio do ar não representa propriamente um elemento em si, a essa afirmação vale também para o princípio da terra. Isso significa que, do efeito alternado dos três elementos mencionados em primeiro lugar, o elemento terra formou-se por último, pois através de sua característica específica, a solidificação, ela integra em si todos os outros três. Foi justamente essa característica que conferiu uma forma concreta aos três elementos. Ao mesmo tempo porém, foi introduzido um limite ao seu efeito, o que resultou na criação do espaço, da dimensão, do peso, e do tempo. Em conjunto com a terra, o efeito recíproco dos outros três elementos tomou-se quadripolar. O fluido na polaridade do elemento terra é eletromagnético. Como todos os elementos são ativos no quarto elemento(o da terra) toda a vida criada pode ser explicada. Foi através da materialização da vida nesse elemento que surgiu o "Fiat", o "faça-se".
Outras explicações mais detalhadas dos efeitos específicos dos elementos nas diversas esferas a reinos, como no reino da natureza, no reino animal, no reino humano, etc., poderão ser encontradas no conteúdo subseqüente das postagens. O importante é que o leitor consiga ter uma idéia geral do funcionamento e dos efeitos dos princípios dos elementos em todo o Universo.
O Akasha, ou o Princípio Etérico

Na descrição dos elementos, eu mencionei que estes surgiram a partir do princípio etérico. Por causa disso ele é o mais elevado de todos, o mais poderoso e inimaginável; ele é a origem, o fundamento de todas as coisas e de toda a criação. Em resumo, ele é a esfera primordial. É por isso que o Akasha é isento de espaço e de tempo. Ele é o não criado, o incompreensível, o indefinível. As religiões chamam-no de Deus. Ele é a quinta força, a força primordial; ele é aquilo que contém tudo o que foi criado e que mantém tudo em equilíbrio. É a origem e a pureza de todos os pensamentos e idéias, é o mundo das coisas primordiais no qual se mantém tudo o que foi criado, desde as esferas mais elevadas até as mais baixas. É a quintessência dos alquimistas. É tudo em todas as coisas.

A PRÁTICA

Não devemos esquecer nunca que o corpo, a alma e o espírito devem ser instruídos simultaneamente, senão não seria possível obtermos e mantermos o equilíbrio mágico.
Paciência, perseverança a determinação são condições básicas para o desenvolvimento. O esforço empregado na própria evolução será mais tarde amplamente recompensado. Quem quiser trilhar os caminhos da magia, deve assumir o dever sagrado de exercitar-se regularmente.
Devemos ser generosos, amistosos e condescendentes com o próximo, mas severos e duros com nós mesmos. Só com esse comportamento é que poderemos ter sucesso na magia. Nunca se deve julgar ou criticar os outros sem antes olhar para si mesmo. Não se deve conceder a ninguém o acesso ao próprio reino; o mago não deve falar sobre a sua caminhada, sua escalada e seu sucesso. O maior poder reside no silêncio, e quanto mais esse mandamento for obedecido, tanto mais acessíveis e facilitados serão os caminhos a essas forças.

Controle do Pensamento, Disciplina do Pensamento, Domínio do Pensamento

Sente-se confortavelmente numa cadeira ou deite-se num divã. Relaxe todo o corpo, feche os olhos durante cinco minutos e observe o curso dos pensamentos que você tenta fixar. No início irá perceber que uma grande quantidade desses pensamentos precipitar-se-ão em sua mente, na sua maioria pensamentos relativos a coisas a situações do dia-a-dia, às suas atividades profissionais, suas preocupações em geral. Imagine-se na posição de um observador silencioso, totalmente livre e independente. Conforme o estado de ânimo e a situação em que você se encontrar no momento, esse exercício será mais ou menos difícil de realizar. Não se trata de perder o curso do pensamento ou de esquecê-lo, mas de acompanhá-lo com atenção. Devemos sobretudo evitar pegar no sono durante o exercício. Ao nos sentirmos cansados, devemos interromper o exercício imediatamente a adiá-lo para uma outra ocasião, quando então assumiremos o compromisso de não nos deixarmos dominar pelo cansaço. Algumas respirações profundas antes do exercício também eliminam e previnem o cansaço e a sonolência.
Com o tempo, o aprendiz descobrirá por si mesmo essas e outras pequenas medidas auxiliares. Esse exercício de controle do pensamento deverá ser feito de manhã e à noite, e a cada dia o seu tempo deverá ser prolongado em um minuto, para que em uma semana possamos acompanhar a controlar o curso de nossos pensamentos por no máximo dez minutos sem nos dispersarmos. Esse período de tempo foi determinado para o homem mediano, comum. Quem achá-lo insuficiente pode prolongá-lo de acordo com a própria avaliação.
De qualquer modo deve-se avançar com prudência, pois não há motivos para pressa; em cada pessoa o desenvolvimento ocorre de forma bastante individual. Mas não se deve de jeito nenhum seguir adiante antes de dominar totalmente o exercício anterior.
O aprendiz atencioso perceberá como inicialmente os pensamentos vão sobressaltá-lo, passando por sua mente em grande velocidade e dificultando a sua captação. Mas de um exercício a outro ele constatará que o caos inicial irá desaparecendo aos poucos e eles ficarão mais ordenados, até que só uns poucos surgirão na sua mente como que vindos de muito longe.
Devemos dedicar a máxima atenção a esse trabalho de controle do pensamento, pois ele é extremamente importante para a evolução mágica, o que mais tarde se evidenciará por si mesmo.

Pressupondo-se que o exercício em questão foi suficientemente elaborado a que todos já conseguem dominar a sua prática, podemos prosseguir com mais uma instrução, que é a instrução mental.

Continua...
 
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