segunda-feira, 23 de agosto de 2010

VALE A PENA CORRER O RISCO DE AMAR!

 O amor é a capacidade de se unir ao outro, de se entregar tão
completamente, tão inteiramente e tão despojadamente que um e outro
tornam-se um só ser. A unidade surge do amor, quando duas pessoas se
predispõem a juntar seus anseios, seus desejos, seus planos, seus medos,
suas dores, seus defeitos, suas potencialidades, suas alegrias, suas
conquistas e derrotas e todas as demais particularidades - externas e
internas - de si mesmas para, desta forma, serem uma só. Mas, apesar
dessa entrega e união total, apesar de, subjetivamente falando,
tornarem-se uma só, continuam sendo sobretudo elas mesmas; reconhecendo e
respeitando a sua individualidade, a sua indivisibilidade; percebendo
exatamente os seus limites sem perder de vista, jamais, a
individualidade do outro.

Certamente, não é muito fácil sermos um e sermos dois ao mesmo tempo.
Mas esta é a magia que o amor promove na vida das pessoas que estão
dispostas a vivê-lo intensamente. Isso não significa que os medos e as
dúvidas vão desaparecer ou se diluir pela força do amor. Esses são
sentimentos que fazem parte da condição humana. O medo e a dúvida fazem
parte do processo, de qualquer processo, de qualquer escolha, de
qualquer comprometimento que fizermos ao longo de nossas vidas. Mas
podem se tornar menores que o amor quando reconhecemos que os sentimos
e, principalmente, quando podemos compartilhá-los com a pessoa amada.

É exatamente no momento em que conseguimos falar sobre nosso medo, expor
nossas dúvidas e admitir nossas limitações que nos tornamos um só! Não
há um momento predeterminado ou especial para nos tornarmos um só. No
amor, devemos nos unir com o outro sempre, todos os dias, a todo
momento. Nós nos tornamos um só no instante em que respeitamos a opinião
do outro (mesmo sendo diferente da nossa); no exato momento em que
perdoamos um erro do outro; quando enxergamos uma qualidade e,
sobretudo, expressamos essa percepção; são nos pequenos detalhes, nos
menores gestos que nos tornamos um só, que nos unimos ao ser do outro
com tal consciência e tanto amor que ainda somos nós mesmos, mas de uma
forma mais inteira, mais forte, mais válida.

Talvez seja precisamente neste ponto que possamos falar sobre a tão
famosa expressão alma gêmea. Estou me referindo à nossa metade. Se temos
uma metade que deve nos completar, significa que, em princípio, somos
somente a metade do que podemos ser. No momento em que nos entregamos ao
outro e unimos nossa metade com a metade que ele também é, finalmente
podemos ser inteiros, totais. É neste momento que a força do amor ganha
sentido e proporção, fazendo-nos compreender que é somente por meio
desse sentimento que podemos nos tornar 100%, unidos com a metade que
nos faltava.

É por isso que acredito que o amor é o melhor caminho para a evolução.
Não é fácil. Poeticamente falando, o amor é raro, é difícil, exige
demais! Mas é sobretudo inestimavelmente valioso. Acredite: é
compreensível que muitos desistam do amor intenso, do amor total. É
compreensível que a maioria de nós passe boa parte da vida vivendo o
amor com tantas ressalvas, com tantos senão e depende. Mas é preciso que
não desistamos. Quando vivemos o amor da melhor maneira que podemos,
conseguimos atingir o nosso máximo e descobrir que a nossa capacidade
pode ser ampliada, pode ser maximizada.

Creio que a experiência do amor total seja absolutamente humana, repleta
de imperfeições e recomeços, mas creio também que basta acreditarmos na
existência do amor pleno para que ele comece a existir. Basta que
tentemos, genuinamente, nos entregar inteiramente ao outro, confiando,
sendo verdadeiros, apostando e investindo na felicidade que se cria e
recria um dia após o outro para que o amor aconteça em toda a sua
plenitude.

Convido você, então, a compartilhar comigo a maravilhosa experiência que pode ser o amor!


(Texto retirado do livro 10 passos para um grande amor, de Rosana Braga e Marcelo de Almeida)

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