sexta-feira, 18 de abril de 2014

NAS LUZES DE SHIVA,O MAHADEVA


Lá das plagas celestes do Oriente, ecoa um chamado sutil. O senhor das energias convoca os homens e os espíritos para a realização do Darma.
Flui um perfume espiritual pelo ar... é sândalo!
Então, uma luz branquinha desce do céu e entra pelo topo da cabeça, ativando o lótus das mil pétalas. Em seguida, ela se espraia para baixo, por todos os chacras, varrendo o interior do corpo e despertando as energias. Por sua ação, instala-se um estado vibracional, pois é hora de dançar na luz!
Ao mesmo tempo, surge um olho aberto no centro do frontal. E, no coração surge um canto sutil:
“OM NAMAH SHIVAYA... OM NAMAH SHIVAYA... OM NAMAH SHIVAYA…”
Na esteira de suas vibrações, miríades de seres espirituais se tornam seus avatares e passam também a propagar a luz sutil. E, onde ela chega, tudo se transforma.
Sim, por onde a onda luminosa de Shiva passa, as correntes do ódio e do apego se rompem. Sob sua ação, o passado se esvai... E o que fica é a liberdade de seguir em frente, surfando nas ondas da evolução, para crescer...
Em todos os planos é assim: quando a luz de Shiva chega, tudo muda! As correntes se partem e as consciências se libertam.
Quando a luz branquinha dissolve as nuvens cinzentas de Maya, que ser poderá dizer que é deserdado do Supremo Amor?
Quando ecoa o canto sutil do Mahadeva, cessa a surdez dos egos renitentes. O seu ghanda purifica o cheiro de carniça dos apegos! E o seu mantra ecoa pelos céus dos corações:
“OM NAMAH SHIVAYA... OM NAMAH SHIVAYA... OM NAMAH SHIVAYA…”
Em todos os planos é assim: quando Shiva chama para o Darma, o próprio universo treme e entra em estado vibracional cósmico. Estrelas gozam com ele o samadhi, e os homens e espíritos sintonizados espiritualmente viajam junto, nas ondas da bem-aventurança.
Sob sua ação portentosa, tudo vibra, tudo muda... E o sândalo flui, purificando os homens, os espíritos e as estrelas.
Lá das plagas do Oriente espiritual, vem o seu chamado. A luz branquinha, o perfume sutil, a canção, as transformações, o Darma e os corações... tudo dentro de sua onda luminosa, tudo vibrando, para frente, para o crescimento, pois nada fica estagnado sob a luz do Mahadeva.
Por isso, os rishis cantavam sua glória: “HARA HARA MAHADEVA!”
Encantados, eles atendiam ao chamado sutil de Shiva e viam as correntes dos apegos se partindo e libertando as consciências para o progresso. Mesmo dotados de alta sabedoria e de profunda maturidade espiritual, eles reverenciavam o senhor de todas as transmutações, o divino alquimista.
Eles também pegavam carona espiritual na esteira das vibrações miríficas do Senhor das luzes. Então, eles entravam em samadhi e compartilhavam, com todos os seres do universo, a bem-aventurança que viviam.
Em silêncio, eles viam as correntes se partindo... Eles viam as ondas luminosas varrendo os cemitérios e crematórios e desprendendo os espíritos apegados a seus despojos carnais. Viam, também, as camadas do tecido vivo do universo se desdobrando em vida e energizando as estrelas e os seres.
Encantados, em silêncio, eles passaram a ver o poder da luz em tudo. Com o tempo, ensinaram aos estudantes espirituais como escutar o chamado sutil Dele.
E hoje, também é assim: quando ecoa o chamado de Shiva, os homens de boa vontade o escutam e se unem aos rishis, em espírito e coração, prontos para o Darma.
Em silêncio, eles curvam a cabeça ao Supremo e se recolhem na prece elevada, que nada pede, apenas abre o coração para o bem de todos os seres. Da mesma maneira que os rishis, eles também se encantam e trabalham para romper as correntes da ilusão.
E em todos os planos é assim: quando Ele chama, é hora de partir os grilhões e seguir na luz do eterno...
OM NAMAH SHIVAYA!


- Wagner Borges -
São Paulo, 15 de março de 2006.

- Notas do sânscrito:
* Darma (do sânscrito “Dharma”): dever, missão, programação existencial, mérito, benção, ação virtuosa, meta elevada, conduta sadia, atitude correta, motivação para o que for positivo e de acordo com o bem comum.
* Avatares - emissários celestes; enviados divinos.
* Rishis – Sábios espirituais; mestres espirituais; mentores dos Upanishads.
* Samadhi - expansão da consciência, consciência cósmica.
* Chacras – são os centros de força situados no corpo energético e que tem como função principal a absorção de energia (prana, chi) do meio ambiente para o interior do campo energético e do corpo físico. Além disso, servem de ponte energética entre o corpo espiritual e o corpo físico.
* Lótus das Mil Pétalas – metáfora iogue para o chacra coronário, que é o centro de força situado no topo da cabeça, por onde entram as energias celestes. É o chacra responsável pela expansão da consciência e pela captação das idéias elevadas. É também chamado de chacra da coroa. Em sânscrito o seu nome é “sahashara”, o lótus das mil pétalas. Está ligado à glândula pineal.
Obs.: a pineal: é a glândula mais alta do sistema endócrino, situada bem no centro da cabeça, logo abaixo dos dois hemisférios cerebrais. Essa glândula está ligada ao chacra coronário, que, por sua vez, se abre no topo da cabeça, mas tem a sua raiz energética situada dentro dela. Devido a essa ligação sutil, a pineal (também chamada de “epífise”) é o ponto de ligação das energias superiores no corpo denso e, por extensão, tem muita importância nos fenômenos anímico-mediúnicos, incluindo nisso as projeções da consciência para fora do corpo físico.
* Chacra Frontal - é o centro de força situado na área da glabela, no espaço espiritual interno da testa. Está ligado à glândula hipófise (pituitária) e tem relação direta com os diversos fenômenos de clarividência, intuição e percepções parapsíquicas. É o chacra da aprendizagem e do conhecimento.

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