terça-feira, 22 de junho de 2010

A MAGIA NO DIA-A-DIA - 21 a 27/06

Os acontecimentos, ao longo dos séculos, sempre foram celebrados e marcados com rituais. Tanto os pequenos como os grandes acontecimentos, vivenciados em pequenas comunidades ou em grandes grupos. Tinham por objetivo manter a coesão destes grupos e reunir as pessoas com certa regularidade para as atividades tradicionais e celebrações religiosas.

Estas datas comemorativas foram passadas ao longo do tempo de geração em geração e se transformaram em tradições folclóricas, crenças e superstições. A cada dia, os povos antigos celebravam algum acontecimento ou agradeciam as divindades pela vida, colheita, plantação, e outros vários assuntos. A cada repetição do mesmo evento a intenção era reforçada formando uma egrégora dessa intenção. Hoje, a força destas tradições, costumes e mitos são manifestadas como celebrações antigas e rituais mágicos.

O legado espiritual dos nossos ancestrais adaptadas ao momento atual são as contribuições para o ressurgimento do Sagrado Feminino. Na antiguidade, a figura da Deusa era predominante nas mais diversas culturas e religiões em todo mundo. Cada dia do ano, a Deusa era celebrada e as mulheres, por serem suas filhas, lembravam para as comunidades as celebrações de cada data. Dependendo da cultura e do período na história, os nomes diferentes designaram os tipos das divindades, sendo sempre aspectos da Grande Mãe. Surgiram, assim, milhares de Deusas interpretando os atributos de uma única Deusa.

Os calendários lunares foram substituídos pelos calendários solares, foram aniquiladas as sociedades focadas no feminino, foram queimados escritos, foram perseguidas as filhas das Deusas, criando um período de sombra nesse imenso conhecimento da humanidade. Mas a força do feminino resistiu. Estudiosas como antropólogas, historiadoras e sociólogas resgataram informações sobre a Deusa colhidas nas culturas pelo mundo todo.

A Deusa voltou a ser cultuada em rituais, festivais e tradições onde as mulheres celebram seus atributos tornando sua presença real, próxima e permanente. Comemorar a Deusa significa reforçar os laços entre as pessoas e promover a irmandade.

Abaixo a comemoração diária da Deusa nas várias culturas através do mundo:

21/06 – solstício de verão no hemisfério norte e de inverno no hemisfério sul. Entrada do sol no signo de câncer. Os celtas comemoravam o solstício de verão ou Sabbat Litha, festejando o auge da luz solar com fogueiras, danças e procissões. Nos países eslavos, celebração da deusa Kupala, do auge do verão, da água, da magia, das ervas. Esta noite é ótima para encantamentos para vida amorosa, conceber criança saudável ou libertar-se de aborrecimentos, queimando-os todos na fogueira. Para atrair boas vibrações faça uma guirlanda com erva de são João (hipericão) e coloque-a como proteção acima da porta ou jogue-a em cima do telhado.

22/06 – nos países nórdicos eram homenageadas as deusas solares. Descritas como mulheres fortes e lindas com cabelos dourados, colares de âmbar, coroas e escudos de ouro, em carruagens resplandecentes. Festival de Parália em Roma celebrando a deusa da beleza e do amor – Vênus, e a criação da cidade.

23/06 – comemoração na Irlanda, de Aine, a deusa das fadas. Os fazendeiros passavam tochas acessas ao redor do gado e sobre os campos para afastar doenças e pragas invocando a proteção desta deusa. Véspera do dia de S. João, favorável para encantamento e poções de amor, consultar oráculos e colher ervas curativas. Ritual para homenagear as fadas: vista-se de verde, acenda uma vela verde e um incenso de flores. Enfeite seu altar com flores silvestres e coloque musica de flautas. Ofereça-lhes um cálice de vinho e brinde antes a deusa Aine. Agradeça as fadas pelas energias benéficas na manutenção da vegetação e peça-lhe proteção para sua propriedade, plantas e animais. Sinta no seu coração qualquer idéia ou manifestação. Leve depois a oferenda de flores e vinho para algum bosque ou lugar florido amarrando uma fita verde na maior arvore que encontrar.

24/06 – celebração do deus solar inca, Inti. Representado como um homem cuja cabeça era o disco dourado do sol. Dia das lanternas, no Egito, homenageando as deusas Isis e Neith. As pessoas em procissão, invocavam a luz e a força das deusas para renovar a vida. Celebração de Mara, a deusa eslava protetora dos animais domésticos, principalmente das vacas. Dia de S. João no calendário cristão, reminiscência das antigas celebrações do solstício do verão e dos rituais de fertilidade, substituídos por festas populares. Primeira aparição de N. Sra. de Medjugore, em 1981, na Iugoslávia. Fors Fortune, dia das deusas Fors e Nortia, precursoras da deusa Fortuna. Acenda uma vela dourada e peça a deusa Fortuna, sorrir para você. Nascimento de Janet Farrar, escritora e bruxa, em Londres, no ano de 1950.

25/06 – festival de Teej, na Índia, em honra a deusa Parvati. Mãe de Ganesha, consorte de Shiva, representando o amor, paixão e sexualidade. Era invocada para se aprender o equilíbrio entre o físico e espiritual, buscar alegria, harmonia, sabedoria e realização sexual. Festa escandinava celebrando as deusas protetoras da fertilidade e da sexualidade. Festa neo-pagã dos adeptos homossexuais da tradição Wicca.

26/06 – na Polinésia reverenciava-se a Mãe Ancestral com oferendas e orações para assegurar a nutrição, saúde e segurança de seu povo. Comemoração da chegada dos Kachinas nos Estados Unidos. Divindades ligadas as forças da natureza e uma vez por ano traziam bênçãos para as pessoas, voltando depois para seu mundo subterrâneo. Dança do milho dos índios Iroquois celebrando a colheita e agradecendo as divindades da Terra e da natureza. Celebração de Feng Po, deusa chineasa do tempo, dos ventos e dos animais selvagens. No folclore irlandês, ao meio dia nesta data, pode ser vista a entrada secreta para o centro da terra no topo do monte Scartaris.

27/06 – nascimento do escritor Scott Cunningham, em 1956 em Michigan. Festival das Ninfas e das deusas virgens e lunares. Em Roma, festejavam-se as divindades dos lares. Dança anual do sol dos índios das planícies norte americanas, honrando o sol e a luz do verão com jejuns, orações, danças e rituais de cura onde se pedia ao Grande Espírito saúde, paz, prosperidade e felicidade. Festa do Espinheiro na Inglaterra. As crianças enfeitavam o maior pinheiro da cidade com flâmulas, fitas e flores, dançando ao seu redor. Antigo costume de culto as árvores nas cerimônias pagãs. Faça neste dia, um arranjo de ikebana ou compre um bonsai, ou escolha a maior arvore do seu jardim e enfeite-a a gosto. Salpique-a com alpiste ou painço para os pássaros. Agradeça ao Povo das Árvores pela energia e força que nos fornecem e empenhe-se em algum projeto de preservação das florestas.

Fontes de pesquisa: O Anuário da Grande Mãe – Mirella Faur e Livro Wiccaniano do dia a dia – Gerina Dunwich

Tina Simão

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