quinta-feira, 10 de março de 2011

VÍCIOS DE ESTAR TERAPEUTA

Por: Aline Schulz


Estar nesta vida como Terapeuta não é uma tarefa fácil. Primeiro, aceitar-se enquanto Terapeuta, expondo-se sem reservas, sem medo de julgamentos, seguindo o rumo dos acontecimentos que lhe pedem: Ok! Se assumir enquanto ser útil a Deus é um desafio.


Em segundo, as dúvidas quanto a ser efetivamente uma ferramenta para auxiliar a pessoa a se auxiliar. E não o inverso! Assumir responsabilidades que não são nossas, queimar etapas na evolução pessoal, trilhar um caminho que não é nosso.


Trazer para a prática do nosso cotidiano o conhecimento dos livros e revistas, encaixando em uma equação perfeita, teoria com palavras, ensinamentos vindos de palavras, cursos, conversas informais é uma arte. Um verdadeiro quebra-cabeça que nos exige as peças certas para que ao juntá-las elas façam sentido. Em outras palavras, ao estarmos atentos os insight?s acontecem.


Trata-se de poesia, reunir tudo e sabiamente dosar o repasse na medida certa para aquele que busca por ajuda. Desde o tom da voz... Nem incisivo ou mãezona demais. Gestos despercebidos a nós são extremamente perceptíveis àquele que pela 1ª vez nos procura.


Os detalhes fazem a grande diferença. Um olhar passivo ou empolgado demais pode inibir ou transparecer um desinteresse, uma frieza irreal.


Uma escuta atenta é fundamental. Apontamentos em uma ficha individual: muito importante. Afinal, inicialmente ao atendermos poucas pessoas, lembramos mais facilmente dos dados. Porém, com o passar do tempo, com o aumenta da demanda fica mais difícil isso acontecer.


Vale lembrar, que o que é dito em consultório, deve ali permanecer. Não existe meia ética... Essa postura, muitas vezes é o que determina a longevidade ou não da vida de um Terapeuta.


Passado o susto inicial de nos aceitarmos enquanto Terapeutas. Unir todas as informações e formações em prol do futuro consultante. Cuidar de todos os detalhes para a formalização do espaço para atendimento (que aqui não iremos entrar nos pormenores, maiores informações podem ser conseguidas em nossa Consultoria Luz da Serra, sob a Coordenação de Paulo Henrique Trott Pereira) e a efetiva ação diária de atendimentos surge à rotina.


É sobre isso que vamos refletir.


Após certo tempo (muito variável entre os Terapeutas), as palavras, antes tão medidas, até treinadas, se tornam mais soltas. Fluem mais facilmente. A postura tão cuidada, relaxa. Muitas dúvidas se tornam certezas.


Aí mora o perigo. Grandes armadilhas se formam quando:


- Achamos que já vimos tudo;
- Acreditamos ter todas as respostas prontas, na "ponta da língua";
- Perdemos o foco do que nos levou a nos assumir como Terapeutas nesta vida;
- Deixamos que a arrogância, o ego se instale;
- Entramos no piloto automático e nivelamos todos os consultantes;
- Engessamos nossos atos e nossas atitudes;
- Nos acomodamos;
- Deixamos de frequentar grupos de estudos, palestras, vivências, Cursos...
- Perdemos o hábito da leitura;
- Não somos coerentes quanto ao que falamos e o que fazemos ou vivemos em nossa vida;
- Empurramos com a ?barriga?, deixando que o consultante se torne dependente de nós;
- Deixamos de sentir amor e compaixão pelo nosso próximo, nosso irmão;
- Nos focamos unicamente no retorno financeiro;
- Entre tantos e tantos outros, que neste momento não ocorre...

Também precisamos parar (Tens um tempo para você? Só você? Quando foram suas últimas férias?). Também precisamos compartilhar, trocar experiências. Também é preciso reciclar. Esvaziar nosso "copo de verdades absolutas" e voltar as nossas origens como Terapeuta.

Se você é Terapeuta, este singelo texto serve com o propósito de nos alertar. Orai e vigiai em nossas atitudes, nossas ações, nossos pensamentos como Terapeuta também é necessário. É preciso humildade para reconhecer que caímos em um círculo vicioso.



http://www.luzdaserra.com.br

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“Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós” (Antoine de Saint-Exupery).
Agradecida pela sua visita e pelo carinho que demonstrou, ao dispensar um pouco do seu tempo, deixando aqui no meu humilde cantinho, um pouco de si através da sua mensagem.