sábado, 16 de outubro de 2010

MAGIA PRÁTICA PARTE II

 
Pressupondo-se que o exercício anterior foi suficientemente elaborado e que você já consegue dominar a sua prática, podemos prosseguir com mais uma instrução, que é a instrução mental.
Já aprendemos a controlar nossos pensamentos. O exercício seguinte consiste em não permitir que pensamentos insistentes e indesejados aflorem em nossas mentes. Por exemplo, ao retornarmos à nossa vida privada a familiar, devemos estar em condições de evitar as preocupações ligadas ao nosso trabalho profissional. Todos os pensamentos que não pertencem à nossa vida privada devem ser desligados, e devemos imediatamente nos transformar em outras pessoas. E vice-versa, na nossa atividade profissional devemos direcionar nossos pensamentos exclusivamente ao trabalho e não permitir que se desviem para outros locais, como o ambiente doméstico ou privado, ou qualquer outro. Isso deve ser exercitado até transformar-se num hábito.
Devemos sobretudo habituar-nos a executar nossas tarefas, no trabalho ou na vida privada, com a máxima consciência, sem levar em conta o fato de se tratar de algo grande, importante, ou de uma coisa insignificante, pequena. Esse exercício deve ser cultivado ao longo de toda a vida, pois ele aguça a mente a fortalece a memória e a consciência, além de proporcionar maior possibilidade de realizar cada coisa com a máxima atenção e, por conseguinte, perfeição. Vale à pena!

Depois de obtermos certa prática na execução desse exercício, podemos passar ao próximo, que consiste em fixar uma única idéia por certo período de tempo, e reprimir com firmeza outros pensamentos que vêm se juntar a ela na mente, com violentos sobressaltos.
Escolha um pensamento ou uma idéia qualquer de sua preferência, ou então uma imagem. Fixe-a com toda a força, e rejeite energicamente todos os outros pensamentos que não tenham nada a ver com os do exercício. No início, você só conseguirá fazer isso por alguns segundos, e posteriormente, por alguns minutos. Você tem que conseguir fixar um único pensamento a acompanhá-lo por no mínimo dez minutos seguidos.


Se for bem sucedido em seu intento, estará maduro para mais um exercício, que consistirá no aprendizado do esvaziamento total da mente.
Deite-se confortavelmente num sofá ou numa cama, ou então sobre uma cadeira reclinável, a relaxe o corpo inteiro. Feche os olhos. Rejeite energicamente todos os pensamentos emergentes. Em sua mente não deve haver nada, somente o vazio total. Fixe esse estado de vazio total, sem se desviar ou se distrair. No início você só conseguirá manter isso durante alguns segundos, mas exercitando-se constantemente conseguirá um melhor desempenho. O objetivo do exercício será alcançado quando você conseguir manter-se nesse estado durante dez minutos completos, sem se distrair ou adormecer.

Seus sucessos, fracassos, tempos de duração dos exercícios e eventuais perturbações deverão ser anotados cuidadosamente num diário “mágico”. Esse diário servirá para o controle pessoal de sua escalada. Quanto mais consciencioso você for na consecução dos exercícios aqui descritos, tanto melhor será a sua assimilação dos restantes.
Elabore um plano preciso de trabalho para a semana entrante ou para o dia seguinte. E principalmente, cultive a auto-crítica.



Introspecção e Auto-Conhecimento

Em nossa casa, assim como em nosso corpo e nossa alma, precisamos sempre saber o que fazer a como fazê-lo. Por isso nossa primeira tarefa é nos conhecermos a nós mesmos. Todo sistema iniciático, de qualquer tipo, sempre impõe essa condição. Sem o auto-conhecimento não existe uma escalada verdadeira.
Adote um diário mágico e tome nota de todas as facetas negativas de sua alma. Esse diário deve ser de seu uso exclusivo e não deve ser mostrado a ninguém; é um livro de controle, só seu. No autocontrole de seus defeitos, hábitos, paixões, impulsos a outros traços desagradáveis de caráter, você deve ser rígido e duro consigo mesmo. Não seja condescendente consigo próprio, não tente embelezar nenhum de seus defeitos e deficiências. Medite a reflita sobre si mesmo, desloque-se a diversas situações do passado para lembrar como você se comportou aqui ou ali, quais os defeitos e deficiências que surgiram nessa ou naquela situação. Tome nota de todas as suas fraquezas, nas suas nuances e variações mais sutis. Quanto mais você descobrir, tanto melhor. Nada deve permanecer oculto ou velado, quer sejam defeitos e fraquezas mais evidentes ou mais sutis. Aprendizes especialmente dotados conseguiam descobrir centenas de defeitos nos matizes mais tênues; dispunham de uma boa capacidade de meditação e de penetração profunda na própria alma. Lave a sua alma até que se purifique, dê uma boa varrida em todo o seu “lixo”.
Essa auto-análise é um dos trabalhos mágicos prévios mais importantes. Muitos sistemas ocultos negligenciam-no, a por isso também têm pouco sucesso. Esse trabalho prévio na alma é a coisa mais importante para o equilíbrio mágico, pois sem ele não há possibilidade de uma escalada regular nessa evolução. Por exemplo, hoje em dia temos a famosa transmutação, mas a maioria mal sabe o que transmutar em si, então generaliza: “que a chama violeta transmute minhas energias negativas, meus defeitos, etc”... ora, se o auto-conhecimento fosse utilizado, os efeitos transmutativos seriam bem mais rápidos e precisos. Devemos dedicar alguns minutos de nosso tempo, na parte da manhã a também à noitinha, ao exercício de nossa autocrítica. Dedique-lhe também alguns instantes livres de seu dia; use esse tempo para refletir intensamente se ainda há alguns defeitos escondidos, a ao descobri-los coloque-os imediatamente no papel, para que nenhum deles fique esquecido. Sempre que topar com algum defeito, "Não hesite, anote-o imediatamente!"
Caso você não consiga descobrir todos os seus defeitos em uma semana, prossiga por mais uma semana com essas pesquisas até que o seu assim chamado "registro de oportunidades" esteja definitivamente esquematizado. Depois de conseguir isso em uma ou duas semanas passe para o exercício seguinte. Através de uma reflexão precisa, tente atribuir cada um dos defeitos a um dos quatro elementos. Arranje um símbolo, em seu diário, para cada um dos elementos, a anote abaixo dele os defeitos correspondentes. Coloque aqueles defeitos sobre os quais você tiver alguma dúvida, sob a rubrica "indiferente". No decorrer do trabalho de desenvolvimento, você terá condições de determinar o elemento correspondente a cada um de seus defeitos.
Assim por exemplo, você atribuirá ao elemento fogo os seguintes defeitos: irritação, ódio, ciúme, vingança, ira. Ao elemento ar atribuirá a leviandade, a fanfarronice, a supervalorização do ego, a bisbilhotice, o esbanjamento; ao elemento água, a indiferença, o fleugmatismo, a frieza de sentimentos, a transigência, a negligência, a timidez, a teimosia, a inconstância. Ao elemento terra atribuirá a susceptibilidade, a preguiça, a falta de consciência, a lentidão, a melancolia, a falta de regularidade.
Na semana seguinte, reflita sobre cada um dos símbolos e divida-os em três grupos. No primeiro grupo coloque os defeitos mais evidentes, que o influenciam com mais força, e que surgem já na primeira oportunidade, ou ao menor estímulo. No segundo grupo coloque aqueles defeitos que surgem mais raramente e com menos força. E no terceiro, na última coluna, coloque finalmente aqueles defeitos que chegam à expressão só de vez em quando e em menor escala. Isso deve ser feito desse modo também com todas os outros símbolos de elementos, inclusive com os defeitos indiferentes. Trabalhe sempre escrupulosamente, e você verá que vale a pena!
É exatamente desse modo que devemos proceder com as características boas de nossa alma. Elas também deverão ser classificadas sob as respectivas rubricas dos elementos; e não esqueça das três colunas. Assim, por exemplo, você atribuirá ao elemento fogo a atividade, o entusiasmo, a determinação, a ousadia, a coragem. Ao elemento ar atribuirá o esforço, a alegria, a agilidade, a bondade, o prazer, o otimismo, e ao elemento água a sensatez, a sobriedade, o fervor, a compaixão, a serenidade, o perdão, a ternura. Finalmente, ao elemento terra atribuirá a atenção, a perseverança, a escrupulosidade, a sistematização, a sobriedade, a pontualidade, o senso de responsabilidade.
Através desse trabalho você obterá dois espelhos astrais da alma, um negro com as características anímicas ruins, e um branco com os traços bons e nobres do seu caráter. Esses dois espelhos mágicos devem ser considerados dois autênticos espelhos ocultos, e afora o seu proprietário, ninguém tem o direito de olhar para eles. Devemos observar mais uma vez que o seu proprietário deve estar motivado a trabalhar de modo preciso e consciencioso no seu espelho mágico verdadeiro. Caso lhe ocorra, ao longo de seu trabalho de evolução, mais uma ou outra característica boa ou ruim, ele ainda poderá incluí-la sob a rubrica correspondente. Esses dois espelhos mágicos dão ao mago a possibilidade de reconhecer, com bastante precisão, qual dos elementos é o predominante em seu caso, no espelho branco ou no negro. Esse reconhecimento é necessário para se alcançar o equilíbrio mágico, e mesmo a evolução posterior do aprendiz será sempre guiada por ele.

http://magiadaluabranca.blogspot.com

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